segunda-feira, novembro 11

IN MEMORIAM

A 11 de Novembro de 1861, morria o Rei D. Pedro V de Portugal.
Segundo o parecer dos médicos, foi devido à febre tifóide que faleceu prematuramente. 
A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade, e enlutou verdadeiramente o Reino.
O Povo amava a bondade e a justiça deste Rei de semblante triste.
Pode considerar-se o jovem rei como o primeiro homem moderno que em Portugal testemunhou em escritos do seu punho o significado da sua época, o conhecimento do seu país e dos seus homens. Foi ele que aboliu por completo o beija-mão, etiqueta palaciana que era um dos restos legados pela soberania absoluta, e recusou-se a confirmar a pena de morte. Não queria ver os cidadãos, entre os quais era ele o primeiro, dobrarem o joelho na sua presença, porque essa vénia só pertence à Divindade como só a ela pertence tirar a vida aos homens. Entendia que a cerimónia do beija-mão era um acto de servilismo indigno de todo o homem que se preza, como entendia que à justiça humana unicamente compete corrigir os delinquentes, pela reclusão e pelo trabalho, para os restituir à sociedade, purificados e prestadios. 
Morto prematuramente, apenas com 24 anos, a sua morte enlutou verdadeiramente Portugal. 
Bulhão Pato diz: 
«Foi a primeira vez que vi Alexandre Herculano chorar como uma criança»

Jaz no Panteão da Dinastia de Bragança, em São Vicente de Fora, Lisboa.

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