É verdade que ainda era vivo o rei D. Manuel, meu filho, todo dedicado à causa portuguesa, e que tenho o orgulho de ter educado no culto da sua pátria. E se agora vivo em França, depois de vinte e cinco anos passados em Portugal (...) as minhas afeições, e mesmo a minha tragédia, fizeram de mim portuguesa até à alma.
(...) pedi que fosse desmentido um dos mais crueis boatos sobre a nossa partida de Portugal. Não fugimos para Gibraltar. Assim que embarcámos na Ericeira (...) tinhamos a intenção de nos dirigir para o Norte e desembarcar no Porto, que reclamava o seu rei. (...) quero desmentir aqui solenemente aqueles que ainda ousam dizer que nos dirigimos para o Sul porque, a bordo, havia duas raínhas em lágrimas. É mentira. (...)
Não chorámos, não nos queixámos, não tivemos medo. Chorei, sim, mais tarde, mas de pena e desespero. Nunca os Braganças foram cobardes! (...) mesmo na morte - amámos a pátria distante».
Dª Amélia de Orleães e Bragança
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