terça-feira, outubro 19

O AR DA REPÚBLICA!


(...) É paradoxal: os reis constitucionais cultivavam, na rua, a dessacralização do poder. A República, porém, fecha-se nos seus palácios. 
Nos anos 70 e 80 do séc.XIX, o rei D.Luiz, pai de D.Carlos, ia todas as tardes ao Rossio, beber a sua ginginha com os amigos. Sozinho e sem segurança. Qualquer súbdito poderia trocar dois dedos de conversa com o rei, que se apresentava no seu grosseiro jaquetão burguês, e trocar com ele umas palmadas nas costas. Hoje, qualquer mísero secretário de Estado passa em carros topo de gama de vidros fumados, alheio à plebe. O ar da República está irrespirável. (...)


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