BANCADA DE LESTE

Estava frio, ficou quente.

O Frio cortava ontem a partir do meio da tarde em Lisboa. Ter qualquer parte de pele a descoberto, era sinonimo de não a sentir. O jogo não era fácil, mas não se sentia tensão no ar, o povo parecia sereno, seguro que o United Colores of Benfica, não ia deixar fugir o seu mais directo adversário.

Enzo Perez devia estar completamente gelado, pois tratou de se aquecer logo aos 7 minutos de jogo, numa jogada a concluir aquilo que PBB, baptizou como o “Tiki – Toca” da Luz, combinações directas e indirectas entre jogadores, desmarcações para os espaços vazios, linhas de passe criadas e dadas.

Paços essa equipa que tantos e merecidos aplausos tem recebido, continuava a tentar estancar o dança e acelera, corta e recorta de Ola Jonh, o pedala e foge de Salvio, o estica, corta e faz jogar de Matic e Enzo o senhor que teve pressa de fazer aquecer a noite, continuava a inventar espaços, fazendo de pequenos quadrados de relva, onde recebia a bola sobre pressão, um grande jardim, para criar desequilíbrios, tivessem Cardozo e Lima numa noite mais inspirada e ao intervalo o resultado seria mais volumoso.

 A noite teimava a ser fria, mas a equipa continuava quente e logo a abrir o segundo tempo retirou qualquer duvida que pode-se surgir em relação a quem seria o vencedor. Cardozo é o patinho feio desta equipa, não dribla como outros, e principalmente não é rápido como outros, mas dentro da área nas bolas de ninguém, consegue ser muito mais artista e muito mais rápido que qualquer outro, foi assim que fez o segundo, empurrando para a baliza uma bola que não era de ninguém. Um patinho feio que teima época após época em ser cisne na arte de fazer golos.

Chega o momento de dar uma palavra ao Paços, na Luz, casa onde outros grande parte das vezes trazem autocarros, Paulo Fonseca, trouxe o que tem trazido a todos os campo onde jogam, futebol positivo, com bons princípios, a tentar jogar no campo todo, a tentar também ter a bola, a tentar chegar á baliza, teve foi pela frente um Benfica que não lhe deu hipóteses de dar muitos passos, até “nossa” baliza.

Nas bancadas desligava-se os medidores de frequência cardíaca, desfrutava-se do “Tiki – Toca” guiado agora por Martins (podia ser um jogador de topo se não fossem as lesões a o facto de procurar a opção mais difícil) e Aimar (idoso ou antigo), aquele que a bola corre para lhe abraçar os pés. Sentia-se que haveria mais qualquer coisa ainda para sair, mais um drible fantástico, mais um pormenor delicioso, mais um golo talvez. Tocou a Salvio essa sorte.

3-0, não pode haver frio com um resultado assim.

Ganhamos, ganhamos bem, jogamos nos nossos  dois sistemas, preparamos os jogos que ai vem.

Estava frio, um frio que congelava o corpo, que entrava nos ossos e na alma. Mas durante 90 minutos ficou quente, muito quente, quente o suficiente para queimar os homens da capital do móvel.

Just V na Bancada de Leste
Fotos- João Trindade

PS:Quero agradecer encarecidamente à Edite Estrela pelos erros corrigidos.
Mas somos Umanos...Errar é o Mano. Como é óbvio o comentário não foi publicado porque não correspondia aos standards do censor. Danke Scheise.
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