quinta-feira, janeiro 31

O JOVEM PRINCÍPE REAL

A sua morte trágica causou a mais horrorosa impressão, pois não passou do assassínio de um adolescente, que não a merecia.Um seu biógrafo, traçando-lhe o elogio, jura que na alma daquele mancebo se continham os predicados morais de um futuro grande rei. E acrescenta: «Ninguém mais lhano e afectuoso do que Ele; ninguém mais cheio de boas intenções. Tinha toda a elegância da bondade (permita-se esta frase), todos os resguardos de um bem intencionado, todas as tolerâncias de um cristão. Á mesa do estudo, dócil e atento, escutando as prelecções de um estudioso, que (à falta de outros méritos) possuía a experiência, e lhe falava sempre franco, à maneira de um avô com um neto era para ver a sagacidade com que pedia explicações, e acompanhava de comentários sensatos as palavras do seu mestre. Com os seus servidores era polidíssimo, e agradecia sempre, com o seu sorriso de Príncipe benévolo, o mínimo serviço que lhe prestavam, um livro que mandara buscar, uma carta que lhe traziam, a mínima coisa. Já cultíssimo, apesar dos seus poucos anos, senhor da História pátria, da Geografia, do Desenho, da Matemática, etc., falava como um nacional o francês, o inglês, o alemão, além de perítissimo no jogo das armas, na equitação, em todas as prendas de um homem da sua esfera. No que dizia, e no que sabia calar por polidez, era um verdadeiro homem do mundo, ele que do mundo apenas conhecia os primeiros passos. Na sua figura nobre e atraente revelasse o Grande e o Bom.»
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